sábado, 27 de julho de 2013

Sempre Direto - Pedindo informação em Salvador, BA, Brasil

Por Lydia Koehn
Nível Intermediário I 

Se você alguma vez estiver perdido em Salvador, quando você perguntar indicações, esteja preparado para uma resposta de uma palavra: “Direto”. Em Salvador, a palavra “direto” é seu mapa para a cidade inteira.  


Na minha cidade Detroit nos Estados Unidos, as ruas fazem linhas retas, os bairros são quadrados, e as esquinas são perpendiculares.  Mas a cidade de Salvador tem muitas voltas e reviravoltas.  A cidade não foi desenhada pelo matemático.  As ruas não foram feitas para os estrangeiros.  As ruas têm muitas curvas, e as esquinas são redondas.  Então, se você for “direto”, você vai chegar a qualquer destino.  


Eu aprendi esta regra quando eu estava procurando uma farmácia.  Era minha terceira semana na lindíssima cidade de Salvador, e eu já estava resfriada.  No início, eu tratei de procurar a farmácia sozinha.  Mas logo que eu virei a esquina, eu estava perdida.  


Em Salvador, a gente é muito boa, e eu me sinto confortável para pedir informações.  Mas, quando eu pedi a algumas pessoas indicações para chegar à farmácia, todas as respostas foram mais ou menos as mesmas: “direto.”  Não esquerda nem direita - só direto.  E como eu seguia as indicações delas, eu descobri que para seguir direto, as curvas na rua são a direção correta de ir!  Se você for direto, vai chegar exatamente onde você precisa estar.  


Eu tinha chegado a esta conclusão quando eu cheguei à farmácia.  Eu achei, “Finalmente eu posso comprar o remédio que eu preciso!”.  Mas eu não me lembrei de todas as informações, de todos os remédios em português.  Claro.  Felizmente, as embalagens dos remédios me ajudaram muito.  Um remédio para uma tosse, por exemplo, tinha um desenho duns pulmões e duma garganta.  Eu comprei esse remédio e também outro remédio, “Multigrip” numa caixa cor-de-laranja que dizia “Frutas Vermelhas!”.  Naturalmente, eu me lembrei do sorvete que eu comi no Pelourinho que tinha o delicioso sabor de frutas vermelhas.  Então, eu queria um remédio com o mesmo sabor.  


Depois que eu tinha pagado os meus remédios, eu andei a pé direto, na mesma rua, para minha casa.  Mas, quando eu cheguei em casa, eu vi que eu não tinha lido as palavras grifadas na embalagem de “Multigrip”.  Dentro da caixa cor-de-laranja, havia uma garrafinha com indicações que diziam para tomar de trinta até quarenta gotas, três ou quatro vezes ao dia.  Sem dúvida, no exterior da caixa havia as palavras “Solução oral uso oral pediátrico de 2 a 6 anos.”


Torço muito para que lá na frente, eu não faça o mesmo erro duas vezes.